Vídeo produzido pelo Berro Associação Cultural faz sucesso entre profissionais de saúde

O Berro Associação Cultural, grupo oriundo do Laboratório de Artes Cênicas da UFPI, produziu em 2006 o vídeo “Integralidade”, uma crítica ao tratamento dado pelos profissionais de saúde aos usuários. “Fizemos o vídeo a partir de algumas esquetes apresentadas num Congresso de Psicologia, promovido pela Associação Brasileira de Psicologia e a pedido da mesma fizemos o filme”, explica José Elielton, integrante do Berro. De acordo com Cleiber Silveira, psicólogo e um dos integrantes do Berro, o vídeo vem fazendo sucesso entre os profissionais de saúde, tendo sido apresentado em diversos congressos e assistido pelo próprio Ministro da Saúde, José Gomes Temporão. “O sucesso do vídeo se deve, em parte, à linguagem simples e direta com que a temática é abordada”, comenta José Elielton, integrante do grupo.

Graças à boa aceitação do filme, o grupo pretende dar continuidade ao projeto fazendo mais dois vídeos. “A ideia é ‘pegar’ a metáfora médica e estender as críticas a outros setores da sociedade. Estamos preparando o roteiro e em busca de recursos para viabilizar o projeto. Esperamos fazer o segundo vídeo no 1º semestre de 2010 e, em seguida, começar a produzir o terceiro”, comenta José Elielton.

clique e veja a parte 1 do vídeo “Integralidade”

clique e veja a parte 2 do vídeo “Integralidade”

Postado por: Renata Santos (renatasantosjornalista@yahoo.com.br)

Published in: on 6 de dezembro de 2009 at 18:00  Deixe um comentário  

Flores e Folhagens Tropicais: um novo capítulo de Teresina

Teresina agora já tem um espaço permanente para a venda de flores e folhagens tropicais. No dia 24 do mês de novembro, foi inaugurada uma Central de Comercialização dessas flores e folhagens, na Praça das Violetas, no cruzamento das avenidas Homero Castelo Branco e Dom Severino. Foi uma realização da Prefeitura de Teresina em parceria com o SEBRAE, Agência de Apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário.

No Brasil, o comércio dessas flores ornamentais movimenta mais de US$ 2 bilhões por ano e gera mais de 120 mil empregos. Em Teresina, os números são mais modestos, mas essa é uma área ainda em expansão. São 20 hectares de área plantada que geram um total de R$ 1000 reais por mês.

Os vendedores, que são 15 no total, dividem-se em cinco grupos de três, que se revezam durante os dias da semana na Central de Comercialização. Alguns possuem floriculturas, além do comércio das flores temperadas, mas a maioria produz exclusivamente as flores tropicais.

Antes da inauguração de um ponto fixo, os produtores vendiam apenas para decoradores e pessoas que as procuravam para utilizá-las em grandes eventos como casamentos, além de exportar para outras cidades do Estado, como Floriano e Parnaíba e algumas do Maranhão. “Nós vendemos no atacado e no varejo e fazemos arranjos também”, explica Cecília Costa, uma das vendedoras.

Cecília conta também que o grupo é bastante unido e todos os produtores estão animados com essa iniciativa, mesmo que as vendas não estejam tão bem. “As vendas estão meio fracas, bem devagar. Mas é porque as pessoas não conhecem, elas ainda vão conhecer essas flores tropicais. Tem gente que acha até que é de plástico”, relata.

Postado por: Laís Lustosa (laislm@hotmail.com)

Published in: on 6 de dezembro de 2009 at 17:56  Deixe um comentário  

Cinema digital em Teresina?

Os cinemas do Teresina Shopping possuem capacidade para 1100 lugares no total, sendo que das cinco salas disponíveis, a menor tem capacidade para 181 pessoas e a maior para 260. Mas isso não evita situações desconfortáveis em estréias de filmes muito esperados como o filme Lua Nova, o segundo da saga Crepúsculo, que é fenômeno de audiência e causou tumultos no shopping no dia da sua estréia.

A gerente dos cinemas, Mônica Mesquita, afirma que é impossível prever uma situação de estreia, principalmente em casos em que o filme tem uma mídia muito grande, mas a questão não é estrutural.  “Hoje, as salas, as poltronas, a parte de áudio, de vídeo, imagem, está tudo dentro dos padrões do que a gente tem de melhor. A diferença que você tem hoje é que alguns cinemas possuem cadeiras de couro, tela com 4 metros de altura e um ingresso de 30 reais.“, afirma a gerente.

O problema, segundo ela, seria o fascínio que a história do filme Lua Nova provoca, toda essa coisa do amor impossível. “Nós esperamos ainda mais confusão de fila para os próximos filmes, pois o terceiro já está gravado e o último tem uma história que pode ser gravada no Rio de Janeiro”, diz Mônica. Ela ainda diz que 70% do público do filme é de mulheres, na faixa etária de 8 a 80 anos. “É uma coisa que não se explica. Tem senhorinhas que chegam aqui para ver o filme”, relata.

Poster do filme Lua Nova

Quanto às filas, Mônica acredita que elas são essenciais. “Grandes espetáculos, seja filme, teatro, ou que for, no mundo inteiro, precisa formar fila. Se você não tem fila tem alguma coisa de errado. Isso é questão da demanda, é a mídia quem cria essa procura”, afirma.

Ela explica também que tinha a opção de colocar uma das cópias no cinema do Shopping Riverside (que também é administrado por ela e pelo marido, assim como o cinema da cidade de Parnaíba), mas optou por passar as duas no Teresina por causa da estrutura do shopping: estacionamento, conforto, área de espera climatizada, maior segurança, praça de alimentação capaz de comportar 2000 pessoas.

A Praça do Piauí, como é chamada a rede de cinemas do Estado, não faz parte de nenhum grupo grande e nem tem parcerias com governo ou instituições. E esse é o maior desafio que a gerente aponta: trazer os lançamentos e atender a demanda do público sem fazer parte de um grande grupo.

Ela afirma que existe um monopólio nos cinemas brasileiros, eles são comandados por grupos como Cinemark, Severiano Ribeiro e o grupo espanhol Box, que não querem apostar no Piauí. Assim que o shopping foi construído, há 12 anos, esses grupos foram procurados, mas nenhum acreditou na Praça.

“E enfrentar esses monopólios e trazer lançamentos pro Piauí é uma tarefa que a gente tem suado pra fazer, para mostrar às distribuidoras que estão no eixo Rio de Janeiro/São Paulo que o público do Piauí tem direito a receber esses lançamentos. E trazer duas cópias dessas, por exemplo (do filme Lua Nova), numa estréia mundial, foi um trabalho de longo prazo, passando credibilidade da empresa, do próprio nome e do público”, conta.

Nos últimos 14 meses mais ou menos, vem sendo estudada a possibilidade da digitalização de uma sala do cinema do Teresina Shopping. Mas esse projeto não é de curto prazo, mas sim em médio prazo, pois o preço do equipamento é muito alto e a demanda ainda é muito pequena. Para um filme como Lua Nova, por exemplo, as distribuidoras lançam 200 cópias em película, que é o que nós já estamos acostumados, e apenas 20 cópias digitais.

“Com 250 mil reais, você monta uma sala de cinema inteira, com poltrona, projetor, som. Com 250 mil dólares, você compra apenas o equipamento 3D. É uma coisa absurda. Você precisa de uma grande demanda de filmes para que aquele retorno possa vir.”, explica a gerente.

Um ingresso para uma sala digital em São Paulo custa em torno de 30 reais. “Fica muito caro você pagar 60 reais no cinema caso vá com o namorado ou namorada, fora a pipoca, refrigerante, chocolate. E ainda tem o programa que você geralmente faz depois , como sair pra comer uma pizza. Não fica tão barato”, relata.

O fato de o piauiense não ter uma “cultura do cinema” também pode ser considerado um empecilho para a digitalização da sala. Mônica explica que os piauienses curtem tomar uma cerveja, bater um papo, comer caranguejo. A questão da cultura, segundo ela, fica em segundo plano, é preciso que esse público amadureça um pouco mais para ter um investimento desse porte.

Postado por: Laís Lustosa (laislm@hotmail.com)

Published in: on 6 de dezembro de 2009 at 17:46  Deixe um comentário  

Grupo Escalet promove o IV Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões

Nesta quarta-feira (01/12) teve início o IV Encontro Nacional de Cinema e Vídeo dos Sertões. O evento, que vai até o dia 12 de dezembro, conta com o apoio da PETROBRAS, Ministério da Cultura e Governos Estadual e Federal e tem por objetivo promover produções audiovisuais de qualidade no estado, principalmente as produzidas a partir de projetos sociais e pontos de cultura. O encontro foi dividido em duas mostras: uma não competitiva, de 01 a 07 de dezembro, e uma mostra de vídeos competitiva, de 08 a 12.

A ideia do encontro surgiu das mostras promovidas em diversas cidades do interior do Piauí, no período de setembro de 2006 e dezembro de 2008. Com o sucesso das mostras, a ideia de transformá-las num evento oficial tomou forma e foi concretizada pelo Escalet Produções Cinematográficas. No seu quarto ano, a programação do evento conta com diversas atividades: oficinas, workshop, palestras, além da exibição de curta e longa-metragem de ficção e documentários. As oficinas estão sendo ministradas por profissionais de renome na área cinematográfica, dentre eles os atores Caio Blat e Guilherme Weber.

A expectativa de público para este ano, de acordo com a assessora de imprensa do Grupo Escalet, Ligiane Duarte, é de 25 mil pessoas de todo o Brasil, incluindo artistas.

Postado por: Renata Santos (renatasantosjornalista@yahoo.com.br)

Published in: on 6 de dezembro de 2009 at 17:42  Deixe um comentário  

Como é ser músico em Teresina

Freitas tem 21 anos e é vocalista e guitarrista das bandas Made in Seattle, E aí, broto?, Último Romance e Lisbela (músicas autorais).

Como surgiu a vontade de ser músico?

F: A vontade de ser músico veio, acho que como a maioria dos amigos que tenho, de berço mesmo. Minha mãe tocava violão, minha irmã, tinha tios que mexiam com isso também…  Não é algo que se escolhe, você meio que segue isso de forma involuntária. Pura paixão. Como eu já tinha uma veia musical, foi mais fácil. Desde criança sempre gostei de cantar, sonhava em tocar bateria e guitarra e aos poucos isso foi se tornando verdade.

E quando começou esse empenho?

F: Falando de empenho, de forma mais profissional, eu acho que deve ter apenas uns 5 anos, algo como isso. Antes tudo era só diversão. A partir do momento em que começa a envolver dinheiro, exigir maior seriedade e compromisso, acho que vira trabalho.

Quando você começou a perceber algum retorno e a seguir profissionalmente com isso?

F: Na verdade, eu nunca pensei em parar. Ia tocando por puro prazer e com o tempo ganhou dimensões que eu não planejei. Começaram a surgir shows de uma forma mais regular. E até agora não tenho pensado muito em desistir. Mas como eu já disse, de uns tempos pra cá tem virado algo com mais seriedade e, às vezes, até exaustivo, mas é muito bom. O retorno financeiro é bem baixo, mas tem coisas que você ganha que não tem preço.

Que tipo de investimento isso exigiu da sua parte?

F: O investimento nisso tudo, da minha parte, não foi muito concentrado em aulas, ou aprendizado. Comecei sozinho, minha mãe me ajudou um pouco no começo e com as revistas que comprava na época e tudo mais fui aperfeiçoando. Hoje com a internet já é bem mais fácil. O que acaba saindo caro é a compra de instrumentos, manutenção, ensaios, transporte pra shows… Pra mim, pesa nesse ponto.

Como você se julga no cenário de musica do Piauí? Reconhecido? Satisfeito? Ou ainda correndo atrás?

F: Eu acho que quem deve me julgar dentro dos cenários são aqueles que já fazem parte há mais tempo que eu, aqueles em quem me espelhei talvez. Eu gosto do que tenho feito hoje e me sinto satisfeito com o respeito que ganho do público e até de alguns músicos que sei que são melhores que eu. Mas morando em Teresina e com a dificuldade que é pra ser músico e todo amor que isso envolve, sem dúvidas eu ainda estou correndo atrás e acho que vou correr até o final da vida

O Piauí é o limite?

F: O Piauí não é o limite pra mim. Como grande parte dos músicos, sonho ainda em ter um trabalho autoral reconhecido fora daqui. E acho que nem deve ser o limite pra ninguém, a música daqui é muito boa pra ficar trancafiada e receber tão pouco incentivo. O povo de fora precisa conhecer mais desse nosso lado. E das apresentações que fiz fora, se nota que a expectativa que têm da gente é muito grande. Justamente por ser um estado musicalmente desconhecido pra muita gente.

Dá para viver de música? Apenas com shows ou outras atividades (aulas, workshops) também são necessários?

F: Sobre viver de música é muito relativo. Tudo depende de onde você está e da dedicação que dará a isso. Para quem mora aqui, atualmente, é bem complicado viver só da música. Geralmente você toca na noite com seus amigos, recebe um cachê baixo e a maioria deles tem um emprego paralelo ou faz um curso, que é o porto seguro, que realmente sustenta. No geral, não acho que as bandas daqui sejam bem pagas e é bem diferente de você estar numa metrópole musical onde tudo acontece e as oportunidades são maiores como em São Paulo, por exemplo. Há bons produtores, já tem um histórico de bandas grandes que saíram de lá, etc. Isso ocorre também em Brasília, Rio, Recife… Mas infelizmente no Piauí, ainda não.

Você acha que há espaço para se crescer no seu estilo musical ou teria que sair para alguma coisa mais popular?

F: Espaço eu acho que tem, sim, dentro de qualquer estilo. Depende do direcionamento que você faz da sua música. Mas claro que, estando no Nordeste, alguns estilos são mais facilmente absorvidos e têm um público esmagador em relação a outros. É o caso do forró e até do axé também. Acho que bem mais o forró. Mas acho que não é necessário apelar pra um meio mais popular pra conseguir espaço. Talvez só esteja no lugar errado, com o público errado. Hoje em dia se tem gosto pra tudo. Eu não me limito muito a um estilo. Eu gosto, no geral, de rock. Sei que não é algo passageiro e que sempre haverá público pra isso.

Há perspectivas animadoras?

F: As perspectivas são animadoras sim. Mesmo que não seja o gosto da maioria.

Eventos como o Piauí Pop, Teresina é pop, e vários festivais por aí tem ajudado a revelar novas bandas ou há alguma espécie de oligopólio das bandas por aqui?

F: Eventos como Piauí Pop e outros ajudam sim a revelar novas bandas, até porque atinge um público bem maior do que qualquer músico daqui esteja acostumado a ter, então sempre vai ter alguém vendo aquilo como novidade.  Fala-se muito de panelinha em Teresina, principalmente com relação aos músicos mais experientes ou mais antigos. Na verdade, o começo nunca é muito fácil, você tem que correr atrás e ganhar certa experiência pra passar credibilidade pras pessoas. Claro que se você convive com pessoas que já estão nisso há muito tempo, fica mais fácil. Mas persistindo, hora ou outra todos acabam tendo o seu lugar. Considero a Lisbela uma banda nova e este ano nos chamaram pro Piauí Pop. Foi uma votação que fizeram e jamais pensei que entraria no meio do evento. Foi uma surpresa pra mim. Não sei se sou influente de alguma forma a ponto de ter interferido na votação ou escolha das bandas pela produção. As oportunidades pras bandas novas têm crescido muito dentro desses eventos. Nessa questão de oligopólio de bandas, o que acontece é que todo produtor de festas quer retorno no que faz, então fica mais fácil pôr as bandas mais aceitas e reconhecidas pelo público. Lembro que quando eu comecei, eu mesmo fazia festas com meus amigos, pra que minha banda tocasse, já que ninguém chamava. Com o tempo, você acaba conhecendo pessoas e sendo reconhecido pelo público também. Mas não há de fato esse “oligopólio” de bandas. Talvez já tenha tido. Hoje se trata mais de um ciclo vicioso entre produtores e bandas e retorno financeiro.

Musica autoral piauiense tem espaço, mesmo que seja nas rádios locais, elas tocam?

F: As músicas piauienses têm espaço aqui sim. Algumas rádios divulgam muito o trabalho autoral das bandas aqui do Piauí. Não sei se o público absorve essa música como deveria ou na quantidade certa, mas esse espaço em rádios tem crescido com o tempo.

Há algum tipo de apoio às novas bandas? Governamental ou particular?

F: Para bandas novas, eu não sei ao certo que tipo de apoio há por parte do governo ou de alguém de fora que se preocupe com isso. Mas temos o clube dos diários, temos a FUNDAC, etc. Projetos que pagam bandas e dão a elas oportunidade de mostrar seu trabalho a um bom público e também projetos que ajudam na gravação de CD. Um CD sai muito caro, mas com a lei A. Tito Filho isso fica mais acessível, por exemplo.

Postado por Laís Lustosa (laislm@hotmail.com)

Published in: on 6 de dezembro de 2009 at 17:34  Deixe um comentário  

Shows e empreendedorismo na Feira da Economia Solidária

Começou ontem (03) e terminou nessa tarde, na Praça Pedro II, a V Feira da Economia Solidária e Agricultura Familiar. O evento contou com a realização de caminhada, de rodas de conversa e de uma noite cultural, com apresentações artísticas de gêneros diversos.

A feira é organizada pelo Fórum Estadual de Economia Solidária, que existe desde 2004 e cuja função é promover as ações desse tipo de economia e capacitar os indivíduos que nela seguem, possui representantes da capital e do interior do estado. Os estandes expunham produtos como artesanato, confecções, bijouterias e aqueles resultantes da agricultura familiar.

Às 19 horas dessa quinta-feira teve início as apresentações culturais com Tambor de Crioula da Chapada do Sindá (Região dos Cocais – Parnaíba), Grupo Afoxá (Angelim, zona Sul de Teresina) e grupo Roque Moreira (estilo pop/ regional ).

Os empreendedores que participam da feira devem estar ligados a algum tipo de grupo solidário, associação, cooperativa ou clubes de troca. “O que conta não é o financeiro, é o solidário. Todos trabalhamos em grupo, de igual para igual”, explica Joana Pereira, da organização do Fórum.

Grupo de Tambor de Crioula, da região dos Cocais

Grupo Afoxá, que significa "encantamento"

Confira o vídeo!

Postado por: Mara Teles(marateles.teresina@hotmail.com)

Published in: on 4 de dezembro de 2009 at 23:57  Deixe um comentário  

Geraldo Brito e a história da música no Piauí

Geraldo Brito é uma pessoa de múltiplos talentos: violinista, guitarrista e arranjador desde a década de 1970. Ele fez a primeira versão de Go Back, de Torquato Neto e traz muitas influências de jazz e blues. É professor de violão e guitarra da Escola de Música de Teresina desde 1984.

O senhor acha que o piauiense tem consciência da história da música do Piauí, dos anos 60 pra cá?

G: Não, não tem. Hoje ninguém tem. Eu acho que agora, a partir da década de 2000, houve essa procura, está se formando mais essa coisa do apanhado histórico. A faculdade resgatando, os alunos indo atrás. Eu acho que a partir dessa década de 2000 a gente pode retomar isso. Eu quero lançar um livro com coisas que eu escrevi, informações dessas décadas passadas. Nos anos 60, começaram a aparecer os chamados conjuntos, depois passou a ser grupo, hoje é banda. Mas eles estão copiando, tipo cover, faziam uma banda para tocar música que ouviam no rádio. Eu acho que essa minha geração nem se preocupou com isso, bateu essa coisa de fazer tudo autoral, fazer composições próprias.

O senhor acha que os músicos piauiense de hoje tem preocupação em estudar música?

G: Há. Hoje tem mais essa preocupação. Por exemplo, no tempo que eu comecei e outros músicos bem antes de mim não tinham essa facilidade que tem hoje. Hoje você pega uma música que você se interessa, vai ver na Internet, está tudo divulgadinho. Tablatura, partitura, letra, do jeito que você quer. Vídeo aula, por exemplo, os alunos veem exatamente o que os músicos estão fazendo. Então, isso tem proporcionado bons músicos. Hoje só não toca bem quem não quer, basta ter uma inclinação para tocar. A nossa formação era percepção auditiva. Botava o disco com aquelas vitrolas que tinham a rotação 45 rpm. Hoje não, está tudo aí.

Dos anos 70 pra cá, quais foram as principais variações de estilo da música piauiense, que o senhor pode perceber?

G: Quando a gente começou a fazer música, no meio dos anos 60 começou aquela coisa dos Festivais universitários. E só aconteciam no Rio de Janeiro, São Paulo, aqueles festivais famosos onde apareceram Chico Buarque, Caetano Veloso. Mas a partir dessa década surgiram vários em várias outras universidades. E, com essa facilidade, com essa adesão e explosão dos festivais, ficou em alta essas músicas do Fagner, Belchior, Geraldo Azevedo, música mais regionalista. Então nós absorvemos essa informação, de ouvir essa música. A gente fazia muita música mais regional. Aí vieram outras correntes que faziam músicas tipo blues. Tinha a corrente que fazia mais rock’n’roll e corrente que fazia a MPB mais tradicional. Hoje tem pessoas que começaram a trabalhar com xote, com baião. Hoje já tem até maracatu que é um ritmo de Recife, de Pernambuco.

Na sua opinião, quais são os três maiores nomes da música piauiense nos anos 70? E quais são os três maiores nomes de hoje?

G: Eu gostava muito do Cruz Neto, do Magno Aurélio, que é compositor e do Aurélio com o Zé Rodrigues. Esses três eu gostava muito. Hoje, eu estou ouvindo muito as músicas do Wagner Lacerda.  Eu gostei do disco novo, é o primeiro que eu gostei.  Acho legal essa coisa meio nordeste meio rock’n’roll. E tem um disco agora que eu achei legal, de um parceiro meu, chamado Glauco Luz, cantado pela Carol Costa. É um disco muito legal.

Na década de 70, havia uma preocupação de intelectualizar as letras das músicas. O senhor acha que isso aconteceu no Piauí também?

G: Isso era uma coisa geral. Começou com o Geraldo Vandré, Chico Buarque. Isso lá em 68, só veio eclodir aqui nos 70. As músicas da época faziam protestos. Antes de um show, tinha que passar todas as letras e levar na polícia federal. Chegando lá, eles passavam uma semana pra julgar, pra censurar ou não. E na hora do show, aquela música que você mais tinha mais gostado, chegava a hora de tocar e havia a censura. Então isso marcou. Ainda bem que quando foi em 85, na época que o Tancredo era presidente, realmente acabaram com a censura. Apesar de nesse governo terem censurado o filme Je vous salue Marie, de um cineasta francês chamado [Jean Luc] Godard. Foi um absurdo, a Igreja entrou na questão. Viram o filme como algo muito pejorativo e houve essa censura. Mas de lá pra cá não. Semana passada, o Caetano Veloso chamou o Lula de analfabeto. Eu não gostei muito, apesar de eu gostar muito do Caetano. É o outro lado da liberdade de imprensa, coisas que você jamais imaginaria ver ou ouvir nos anos 60 até 80.

O senhor acha que os piauienses não valorizam a música feita aqui, os artistas locais?

G: É. Eu não vejo isso com tanto gosto como eu vejo com a música do Ceará. Você chega lá, toca muito, principalmente nas rádios, universitárias. Por onde eu ando no nordeste, eu vejo que toca bastante. Aqui que eu acho que não. A rádio Cultura toca mais, outras rádios alternativas… Mas, mesmo assim, ninguém se liga muito. Que isso mude, daqui pra frente, que haja mais procura, maior interesse nas músicas. Houve uma lei daquela vereadora, Trindade, na época que era vereadora dela que obrigava as rádios a tocarem 20% da programação de música piauiense.  Mas elas ficaram com raiva e não tocavam na programação normal, tocavam no domingo, num momento qualquer rapidamente. Agora até toca muita música brasileira, mas a música americana é bem mais forte. Mas mesmo assim, as rádios tocam uns forrós que vêm de Fortaleza, e não tocam nada da gente.

Quanto aos recursos técnicos disponíveis para gravação e distribuição da música piauiense, você acha que são satisfatórios?

G: Antes não tinha, mas hoje já tem vários estúdios, como o estúdio do Márcio Menezes, que fica lá na Morada do Sol, é o Bumba Records. Eu, por exemplo, estou gravando um projeto instrumental no estúdio da Rádio Pioneira. Hoje já dá pra fazer isso legal.

O senhor foi contemporâneo de Torquato Neto. Como o senhor avalia a contribuição dele para a música popular local e nacional como um dos expoentes do movimento tropicalista?

G: Eu fui contemporâneo assim, quando eu estava começando a fazer música, ele morreu, de maneira que eu só o vi de longe por aqui. Houve essa aproximação por parte dele com um grupo que estava fazendo jornal. Mas o interesse dele era de gente que estava começando a compor, e o Torquato saiu daqui logo. Tinha conhecido Caetano e Gil na Bahia, e daí surgiu o movimento Tropicalista com momentos muito marcantes naquela fase do Brasil, ao mesmo tempo em que faziam uma ponte com as coisas que estavam acontecendo lá fora, como os Beatles e Jimi Hendrix.

Como foi atuar no cenário cultural piauiense marcado pela censura militar?

G: Na época braba da ditadura mesmo, no tempo do AI-5, ano 68, não tinha ainda ninguém fazendo essas coisas. Quando se começou a fazer música, já estava no governo Geisel, tudo tinha censura. Então foi uma barra muito pesada que se passou. Tinha um jornal chamado Chapada do Corisco que acabou porque era muito perseguido. Se você tivesse um livro vermelho era censurado, tirado de circulação, porque se era vermelho, você era considerado socialista. Cheio de bobagem. Mas aí houve a anistia em 79. Já nos anos 70, o pessoal que tinha sido exilado começou a voltar.

O senhor sofreu algum tipo de represália nessa época?

G: Sofri, como eu já falei, fui censurado pelo governo. Fazia a música, mandava, ensaiva, e na hora eles não liberavam.

Mas eles diziam já na hora do show?

G: Por exemplo, hoje é sexta e o show seria domingo. Eu levo a música hoje, sexta. Liberavam ou não amanhã ou um dia antes. Já é sábado e não tem nem mais como ensaiar coisas novas. Era irritante por isso. Era uma coisa que violava os direitos humanos.

Eu vi que o senhor é formado em Administração pela UFPI. Por que o senhor resolveu seguir a carreira musical e não a carreira de administrador? O que pesou na escolha?

G: Eu comecei a compor em 72. Quando foi em 74 eu passei no vestibular. Foi uma época que a faculdade era uma coisa muito valorizada, todo mundo tinha que fazer. E eu também tinha interesse. Eu gostava de economia, queria entender economia, mas não tinha. O que mais se aproximava, onde a gente estudava teoria econômica, era administração. Não tinha nem o curso aqui, eu tive que fazer em Parnaíba, no campus da Universidade Federal. Quando eu estava no terceiro ano, a música já começou a ser algo muito forte. No terceiro ano, passei no vestibular para música, mas tinha que terminar administração. Mas a música me pegou mais de uma maneira muito forte. Hoje, não que eu me arrependa de ser músico, mas eu queria ter visto as coisas por um outro lado mais racional.

Postado por Laís Lustosa (laislm@hotmail.com)

Published in: on 4 de dezembro de 2009 at 17:17  Deixe um comentário  

ABD ganha prêmios.

A Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgaram o resultado do Prêmio Pontos de Valor. O premio valoriza os pontos de cultura que apresentam práticas com foco na formação de valores de vida. Foram escolhidos 50 pontos em todo o Brasil.

No Piauí, a Associação Brasileira de Documentaristas (ABD), que trabalha com o audiovisual como ferramenta de transformação social, foi agraciada. “Isso é fruto de um trabalho em parceria com o circo Cascatinha”, explica Roberto Sabóia, presidente da Associação.

A parceria com o Circo Cascatinha começou em 2007, com uma capacitação em produção. “Nós trouxemos uma pessoa de fora pra ministrar essa oficina e os alunos escolheram o circo como tema. Como produto final, foi feito um filme sobre o circo, retratando as suas condições de trabalho”, afirma Roberto. O filme se chama “Cascatinha”.

O trabalho realizado em parceria com o circo lhe rendeu a participaçao no Prêmio Funarte Carequinha de Circo, que tem como objetivo apoiar o segmento cultural, viabilizando o desenvolvimento de artes circenses em todas as regiões brasileiras. “Com esse prêmio, será possível revitalizar esse circo, através da compra de equipamentos de segurança e de utilização do próprio circo, como monociclos, claves e bolas para malabares, por exemplo”, pontua Roberto.

Na visão de Roberto, o Prêmio Ponto de Valor vem pra coroar a atuação da ABD como ponto de cultura no estado. “Fomos a primeira ABD a ter CNPJ, antes mesmo da ABD nacional. Isso nos possibilitou concorrer em editais públicos e ter essa atuação destacada. Nossa atuação acontece em todo o estado e isso é um sinal da evolução desse trabalho”, conclui o Presidente.

Por Victor Castelo Branco

Published in: on 3 de dezembro de 2009 at 13:18  Deixe um comentário  

V Festival Cantos do Piauí divulga vencedores.

Foi realizada na noite desta terça-feira (01/12), na Praça Pedro II a grande final do V Festival de Música Cantos do Piauí. O Festival  chegou a sua quinta edição com uma grande novidade: quem decidiu os finalistas foi o público. “O voto popular foi o grande diferencial esse ano”, afirma Alexandre Rabelo, coordenador de música da Fundação Cultural do Piauí (FUNDAC). A canção vencedora foi “Estro”, de Gilvan Santos, interpretada por Soraya Castelo Branco e foi premiada nas categorias letra, arranjo e intéprete.

Outro diferencial do Festival, na sua edição 2009, foi a exibição das músicas no rádio. “Queremos, com isso, melhorar ainda mais a qualidade da música piauiense. Dessa forma, o festival movimenta a cadeia produtiva da música no Estado”, completa o coordenador.

Esse ano o festival teve 158 inscritos. Uma comissão julgadora avaliou 27 músicas, sendo escolhidas as 12 músicas finalistas por júri popular. Os primeiros colocados foram:

1º colocado – Estro – Gilvan Santos – Intérprete – Soraya Castello Branco
2º colocado – Ela é daquelas – Dário de Paulo Castro – José Williams Moura e Mira de Castro Lima
3º colocado – Quem Sabe um Dia – Dário de Paulo Castro –  Ailana Mouta
Melhor Intérprete – Soraya Castello Branco (Estro)
Melhor Arranjo – Estro/ Ela é Daquelas
Melhor Letra – Estro/ Ela é Daquelas

Maiores informações no site do Festival.

Por Victor Castelo Branco.

Published in: on 2 de dezembro de 2009 at 13:42  Deixe um comentário  

Bandas covers se apresentam no Noé Mendes

O II Rock In Cover, que ocorreu na noite de sábado (28), levou 5 bandas covers de grupos internacionais para o palco do Espaço Cultural Noé Mendes. Foram mais de quatro horas de show com Recycler (cover de Metallica), Mother of Light (cover de Epica), Morfina (cover de Guns N’ Roses), Made In Seattle (cover de Nirvana) e Abduction (cover de Bruce Dickinson), a qual substituiu Prowler (cover de Iron Maiden), já que a mesma acabou cancelando sua apresentação.

Alguns músicos que tocaram no II Rock In Cover

Esta é a segunda edição do festival, cuja idéia central é “resgatar as grandes bandas do rock internacional, que têm uma dificuldade muito grande de vir ao Piauí, mas que são aclamadas pelo público daqui. A proposta é tentar fazer o mais parecido possível, que é o que a galera quer ver”, explica o idealizador do evento, Emir, que também é vocalista do Morfina.

Tudo começou quando, durante alguns shows, o grupo Morfina percebeu que seu público gostava muito das apresentações que faziam com músicas do Guns’N Roses. Além disso, a Prowler e a Made In Seattle já se apresentavam como covers do Iron Maiden e do Nirvana, respectivamente. A partir de então resolveram se juntar e chamar as outras bandas para fechar a realização do evento.

A primeira edição aconteceu no início deste ano no Espaço Raízes e a terceira já está programada para o primeiro semestre de 2010, provavelmente no Noé Mendes, a exemplo desta vez.

Quase todos os músicos que tocaram no festival têm projetos musicais paralelos. “A gente tem prazer em tocar aquele som cover de uma banda que é paixão. Mas a gente precisa de dinheiro, precisa tocar com bandas pop em barzinhos e pubs, a gente precisa dessa renda”, relata Freitas, vocalista do Made In Seattle. “Tocar rock não dá dinheiro. A idéia da gente aqui não é dinheiro, porque, se fosse, acho que isso nem teria existido”, completa Emir, falando do Rock In Cover.

O termo “cover” vem do inglês e dentre alguns significados encontra-se o verbo “cobrir” ou mesmo o adjetivo “clonado”. As bandas covers tocam músicas que já foram gravadas por outros músicos, podendo se concentrar em um estilo, uma década ou até mesmo em uma banda ou artista.

Integrantes da Abduction, que, infelizmente, não fizeram sua apresentação completa, devido a um incidente com o som.

 

 

Confira vídeos de algumas apresentações!

 

Postado por: Mara Teles (marateles.teresina@hotmail.com)

Não deixem de comentar! Opiniões, sugestões e críticas são muito bem-vindas e de grande ajuda!



Published in: on 30 de novembro de 2009 at 23:20  Deixe um comentário